Catequese

Catequese, escola da fé!

No serviço da Catequese temos algumas questões que volta e meia retornam, que às vezes perdem força e outras vezes crescem e voltam a inquietar os nossos corações de catequistas. Uma delas é a comparação com a escola. É inevitável que sempre que iniciamos nosso itinerário catequético nos deparemos com as comparações, a começar das inscrições das crianças, adolescentes, jovens e adultos para participarem do itinerário que, não poucas vezes, escutamos falar de matrículas, ao que se juntam as dificuldades impostas pela nomenclatura como a precificação da situação.

Já nesse primeiro momento, na inscrição, no anúncio, na propaganda do início, deixamos passar uma grande oportunidade de catequizar. A acolhida, a escuta e a atenção dispensadas para as famílias que confiam seus filhos aos nossos cuidados fazem muito, e principalmente dizem de nós aquilo que não precisamos levantar a voz nas praças para falar, pois o exemplo de seguidores de Jesus os interpela.

Continuamos com as comparações que inocentemente fazemos: os (as) catequistas são chamados de professores pelas crianças, pelos seus pais, pelos responsáveis, quando não, pelo próprio pároco. Os catequizandos são alunos.

Além das comparações na nomenclatura temos também a organização do ambiente e os horários. Temos em quase todas nossas comunidades salas preparadas com mesas escolares, quadro e giz, além é claro da clássica organização em filinhas. O nosso apertado horário para distribuir catequistas e catequizandos também nos permite pensar no ambiente escolar.

As características apresentadas não pretendem de nenhuma forma fazer uma crítica aos nossos costumes. Se bem que nos policiamos para criar uma nomenclatura própria para justamente diferenciar o ambiente e fazer com que todos nos convençamos que não se trata de uma escola. Muitas vezes fazemos um esforço exagerado e inclusive perdemos mais uma oportunidade de catequizar.

Mas e se olhássemos para a Catequese como uma escola? Afinal é o ambiente onde fazemos eco da Palavra de Deus, dos ensinamentos de Jesus, da doutrina da Igreja, onde compartilhamos com aqueles que frequentam as histórias dos santos, as mais diversas atividades e partilhas que permitem que a transmissão da fé seja realizada de forma natural e adequada.

É claro que a nossa insistência e dar nomes próprios às nossas atividades catequéticas reafirma a nossa identidade católica, e ajuda a criar o nosso próprio ambiente para desenvolver nosso projeto de educação na fé, que começa em casa, que somos introduzidos pelo Batismo ou pelo primeiro anúncio e nos sentamos à beira do poço para pedir sempre da água viva que somente o Senhor Jesus pode nos dar.

A catequese é cristocêntrica, ou seja, Jesus Cristo é o centro de todas as nossas atividades. Todos os nossos manuais, nossos encontros, nossas atividades giram e devem girar ao redor de Jesus, pois é por causa dele que nos reunimos. O mandato de “ide e anunciar” (Mc 16,15) foi recebido em nossos corações de catequistas e cresceu, floresceu e está dando seus frutos quando anunciamos e ajudamos a espalhar essa semente da Palavra.

SEGUIR O EVANGELHO

Hoje, mais do que nunca, nossa Catequese precisa forjar cristãos dispostos a seguirem o Evangelho, testemunhando em um mundo cada vez mais secularizado que relativiza a religião. Não obstante, nossa fé não pode ser superficial e apegada aos panos, velas e miudezas superficiais; dever ter sua base na fé, ser cheia de esperança e vivida na caridade, lembrando sempre que essa é a maior das virtudes (1Cor 13,13).

Neste início do itinerário voltemos nosso olhar para nós mesmos, não para caminhar olhando para o nosso umbigo de forma egoísta, mas para revisar nosso testemunho de seguidores de Jesus e catequistas que fazem eco de seus ensinamentos em nossa comunidade local. Será que nos preocupamos em ser espelhos da misericórdia de Deus?

Não esqueçamos que toda a caminhada da Igreja é de aprendizado. Nas questões de Deus, somente Ele tem a última palavra e todos caminhamos na mesma direção, bispo, padres, diáconos, religiosos, religiosas, catequistas, agentes de pastoral, de forma que podemos afirmar que na Igreja e, consequentemente, na Catequese estamos em uma escola, pois faz parte do múnus da Igreja a tarefa de ensinar. Da mesma forma que já na educação contemporânea o professor não é o único detentor do saber e o dispensa conforme sua eloquência e sabedoria, e a pedagogia atual o enxerga como um facilitador, aquele que conduz o aluno no caminho do aprendizado, assim também é o catequista: um companheiro de caminho que vai levar aqueles que lhe são confiados lado a lado com Jesus, que facilita esse encontro e dá testemunho da alegria do encontro com o Senhor.

Somos uma Igreja Povo de Deus, que caminha junto, cada um dando a sua contribuição. A nossa, como catequistas, é o empenho incondicional com a formação da fé primeiramente nossa, depois daqueles que nos são confiados. Para responder aos apelos daqueles que acorrem a nós para esse processo de educação da fé (testemunho) devemos manter a serenidade para seguir o conselho de São Pedro: “Não temais as ameaças e não vos turbeis. Antes, santificai em vossos corações Cristo, o Senhor. Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito” (1Pd 3,15).

MINISTÉRIO DO CATEQUISTA

Ainda nesse espírito de acolhida no início dos nossos trabalhos, gostaríamos de deixar uma palavra sobre o ministério do catequista, instituído pelo Papa Francisco, uma vez que várias coordenações e catequistas nos procuram com dúvidas e inquietações. Antes de mais nada: “Não turbeis vosso coração!” (Jo 14,1). A Igreja do Brasil recepcionou o Motu Proprio do Papa e está se organizando. Já se prepararam alguns critérios gerais, porém cada Igreja Particular, organizada nos regionais da CNBB está estudando as melhores formas de adaptar à nossa realidade. Sendo assim, ainda estamos em fase de estudo para implantação, e como já dissemos antes “estamos no mesmo caminho”. O ministério do catequista não é um prêmio, mas uma tarefa e uma missão de serviço e deve ser encarado desde o ponto de vista vocacional. Ainda é um tema que será bastante trabalhado e organizado.

PROGRAMAÇÃO DE 2023

As atividades da Animação Bíblico-catequética para o ano de 2023 já se iniciaram em nossas comunidades. Aliás, desde o fim de 2022 nossos grupos estão se inscrevendo em nossas comunidades e paróquias de toda Diocese.

Nossos catequistas iniciam suas atividades já neste mês de fevereiro com encontros de formação, com os encontros das coordenações paroquiais e decanais em nível diocesano para dar as pistas à condução das atividades durante o ano.

Também em fevereiro os encontros da Catequese de Adultos são retomados, uma vez que estes encontros estão bem ligados à vivência litúrgica da comunidade.

Em março, retomaremos em pleno as atividades com a Catequese regular e as demais atividades de formação já tradicionais do nosso calendário diocesano que são a Escola Catequética Companheiros de Emaús, que este ano ainda tem três encontros para finalizar o ciclo para a 13ª turma, iniciada em 2021.

Com o Grupo de Reflexão Catequética (Grecat) continuaremos os estudos do Evangelho de Lucas, iniciado no ano passado e que está inserido no programa de estudo dos evangelistas. Este ano os encontros do Grecat continuarão sendo em dois encontros presenciais nos decanatos, intercalados com dois encontros on-line conduzidos de forma remota, de modo que toda a Diocese participe ao mesmo tempo.

Contemplamos em nosso cronograma diocesano sugestões de datas para que as importantes celebrações previstas nos manuais “Crescer em Comunhão” possam ser realizadas em comunidade, da mesma forma como são realizadas as dos adultos, para que a comunidade participe também da caminhada catequética das crianças e adolescentes.

Abençoado itinerário a todas as comunidades catequizadoras da nossa Diocese de Toledo!

 

Douglas Vinícius Miquelin e Maria Artés Coma

Membros da coordenação diocesana da Animação Bíblico-catequética

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Escola Catequética Companheiros de Emaús

9ª Etapa: 24 a 26/03

10ª Etapa: 28 a 30/04

11ª Etapa: 26 a 28/05

Todas as etapas acontecem no Centro de Formação Instituto João Paulo II, da Diocese de Toledo.

 

 

Grupo de Reflexão Catequética (Grecat)

1º Encontro: 15/05 – presencial nos decanatos

2º Encontro: 10/06 – on-line

3º Encontro: 19/08 – presencial nos decanatos

4º encontro: 21/10 – on-line