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Bispos católicos do Paraná defendem preços justos e transparência para novas concessões dos pedágios no Estado

A Assembleia Geral da CNBB Regional Sul 2 foi concluída com a emissão de uma carta dos bispos sobre a situação atual envolvendo a renovação da concessão de pedágios no Estado. Este assunto ganhou notoriedade nas últimas semanas devido as constantes manifestações populares em torno da renovação da concessão, que encerra no final deste ano. O novo modelo deve substituir o atual após o vencimento dos contratos do chamado Anel de Integração.

Muito se tem questionado sobre o chamado direito de outorga do Estado, ou seja, o repasse que a empresa concessionária deve fazer à administração pública pelo direito de exploração da rodovia. Os bispos reiteram em seu documento que se deve priorizar “o direito de ir e vir das pessoas e a prática de preços justos”.

Confira o documento na íntegra:

CARTA DE APOIO DOS BISPOS DO PARANÁ AOS CRISTÃOS LEIGOS E LEIGAS SOBRE A NOVA PROPOSTA DAS CONCESSÕES DOS PEDÁGIOS NAS RODOVIAS DO PARANÁ

 

“Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que se manifeste que suas obras são feitas em Deus” (Jo 3,21).

 

Reunidos em Assembleia remota, nos dias 15 e 16 de março de 2021, nós, Bispos do Paraná, referendamos publicamente a carta do Conselho de Leigos do Regional Sul 2 (clique aqui), encaminhada nesse mesmo mês, sobre os pedágios nas rodovias paranaenses. Após a leitura do documento, reiteramos total apoio e destacamos a importância de debater os rumos da administração das rodovias pedagiadas nas estradas do Paraná. Compreendemos o papel fundamental de todos os setores da sociedade, sobretudo, das igrejas que defendem a vida das pessoas e os seus direitos fundamentais.

Assim sendo, destacamos a necessidade de que sejam praticados preços justos e que tenhamos transparência em todo o processo, garantindo assim o direito de ir e vir das pessoas. A economia de um país deve servir, antes de mais nada, ao benefício de todos. Jamais o lucro deve estar acima do interesse da qualidade e segurança da vida. De forma muito assertiva o Movimento do Laicato defende a Economia de Francisco e Clara, que se faz socialmente justa, economicamente viável, ambientalmente sustentável e eticamente responsável.

O documento merece atenção dos demais setores da sociedade e do poder público, pois fornece elementos que devem nortear as discussões sobre o novo modelo de concessão para a cobrança de pedágio nas estradas. Assim, nós endossamos e nos unimos ao Laicato para cumprir com o seu papel social de representantes da Igreja, engajados e ativos na construção de uma sociedade mais justa e fraterna.

 

Foto: Rodrigo Morosini/Agepar